sábado, 26 de fevereiro de 2011

EMBALAGENS E CUSTO DOS MEDICAMENTOS



As embalagens de medicamentos existem para cumprir uma determinação técnica e legal, e que por sua vez acaba agregando um valor ao produto final, que é variável conforme suas necessidades exigidas de tal embalagem, ou o modo como ela é elaborada pela indústria sem considerar as exigência regulatórias mas apenas para cumprir estratégias de publicidade. Tal variação de preço acaba sendo repassada ao consumidor final e ao sistema de saúde quando este realiza a aquisição de medicamentos prevista na assistência farmacêutica.

O questionamento que se faz é que se tal custo adicional – desconsiderando as necessidade técnicas e legais -  é significativo ao bolso do usuário e do sistema e se tal excessos poderiam ser de certa forma coibidos. Um estudo realizado pela Associação Nacional de Farmacêuticos de Portugal (ANF), juntamente com o Ministério da Saúde daquele país concluíram que o usuário gasta em média € 4,00 com embalagens que acabam indo para o lixo. Ou seja, literalmente dinheiro jogado fora. Tal valor é atribuído principalmente ao fato das embalagens ultrapassarem as necessidades dos usuários e as necessidades técnicas exigidas (veja o vídeo acima).

No Brasil ainda não existem estudos a respeito do assunto, porém a presença de embalagens sofisticadas é real. Outro fato que se junto ao tema desperdício é a questão do fracionamento não ter sido efetivamente implementado, levando ao acumulo de medicamentos que não se usa mais nos domicilio, representando desperdício mais uma vez, além de risco para o familia do usuário - via automedicação, ou para o meio ambiente - via descarte inadequado.

É necessário que os farmacêuticos junto as suas entidades representativas debatam este tema, ainda mais em um momento que o co-financiamento ganha força e as premissas do Uso Racional de Medicamentos ganham força dentro do sistema de saúde.

Evitar desperdício de dinheiro, tanto público quanto do usuário também é uma ação em saúde que deve contar com a participação dos farmacêuticos em ambito social.


Luciano Henrique Pinto

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